CIVILIZAÇÃO GREGA: Cultura e Religião

  A Grécia foi o berço da civilização ocidental. A cultura grega forneceu importantes contribuições no plano artístico, literário, cientifico e filosófico, que fundamentaram a cultura ocidental. Sobrepondo-se à enorme diversidade política e à pluralidade das cidades-estados, a unidade sócio-cultural helênica permitiu a formação de uma civilização extremamente original, da qual descendemos por linhagem. De fato, a cultura grega apresenta, sob muitos aspectos, uma singularidade que a diferencia das outras civilizações da Antiguidade. Os gregos produziram uma cultural profundamente humanista e racionalista, que afirmava o homem e suas obras e acreditava na sua capacidade racional de explicar o mundo. Colhendo técnicas e conhecimentos dos outros povos da época, reelaboraram este patrimônio de um modo próprio e criativo e legaram para o ocidente, através dos romanos, uma herança que enriqueceu de modo determinante o processo de constituição da civilização ocidental.

 A religião - foi a primeira e mais constante manifestação da forma de consciência típica das civilizações da Antiguidade. Na Grécia, a religião, surgida no período homérico, resultou da fusão de deuses e cultos de origens indo-europeia, cretense e oriental. Da mesma forma que em outras civilizações, na Grécia a religião dividiu-se em duas tendências: a oficial e a popular. Na primeira, os deuses comunicavam seus desígnios à sociedade dos homens por intermediários: os oráculos e as pitonisas. Estes, detendo os segredos e mistérios do culto oficial, interpretavam as mensagens enigmáticas dos deuses de forma ambígua e inacessível ao homem comum. Na segunda, os semideuses ou heróis, que eram vitimas de fatalidades ou realizadores de épicas façanhas e aventuras, povoavam através da mitologia a imaginação do povo grego.

Os deuses - moldados à imagem e à semelhança de seus criadores – os invasores indo-europeus -, os deuses dos gregos eram um espelho da organização social e das características individuais daqueles povos nômades e guerreiros. Eram deuses bárbaros: passionais e sanguinários, violentos e vingativos. Possuidores de uma condição imortal e sobre-humana, que era inerente à sua qualidade de deuses, refletiam, entretanto, em proporção descomunal os defeitos e virtudes de seus mortais e humanos criadores. Esses deuses formavam uma aristocracia celeste que habitava o monte Olimpo, onde, para manter a imortalidade, se alimentava de néctar e ambrosias. Rei dos deuses, qual divino basileu, Zeus presidia suas assembléias. Os principais deuses formavam uma trilogia de irmãos: Zeus era o senhor dos céus; Poseidon reinava sobre o oceano; Hades era o soberano do inferno. Existiam ainda: Apolo, o deus Sol; Afrodite, deusa da beleza e do amor; Dioniso, deus do vinho; Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da guerra; Artêmis, deusa Lua; e Hermes, mensageiro dos deuses.

Os semideuses ou heróis – estavam situados numa posição intermediária entre os deuses e os homens. Esses entes eram, segundo a mitologia, filhos de um deus e de uma mortal. Eram realizadores de grandes proezas, perseguidos pela fatalidade do destino, representavam na religião a tendência popular. Hércules, o mais célebre dos heróis gregos, executou os Doze Trabalhos. Prometeu roubou o fogo de Zeus para dá-lo aos homens, tornando-os racionais. Teseu, herói de Atenas, venceu o Minotauro e realizou a expedição dos argonautas. Perseu, rei de Tirinto, decepou a cabeça de Medusa. Édipo, herói de Tebas, decifrou os segredos da Esfinge.

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