CIVILIZAÇÃO GREGA: A Cultura Helenística

As Artes - A Civilização Helenística resultou da fusão de elementos da cultura grega com elementos da cultura oriental, nas regiões conquistadas por Alexandre, o Grande, em especial elementos das culturas persa, egípcia e mesopotâmica.  A arte do período helenístico foi apoteótica, grandiosa e monumental. Exemplos marcantes dessa tendência são o farol de Alexandria, o Colosso de Rodes, o Laoconte – conjunto monumental que retrata a agonia de seres humanos asfixiados por gigantescas serpentes – e o friso do grande altar de Zeus, em Pérgamo, com cento e vinte metros de baixos-relevos representando um furioso combate entre deuses e gigantes. É preciso mencionar ainda três obras-primas da escultura helenística: a Vênus de Milo, a Vitória Alada de Samotrácia e o Apolo de Belvedere.

 As Ciências - Na astronomia destacaram-se Aristarco de Samos, Ptolomeu de Alexandria. Aristarco, “o Copérnico helenístico”, formulou princípios da teoria heliocêntrica. Hiparco elaborou um mapa celeste e calculou a distancia entre a Terra e a Lua. Ptolomeu formulou no Almagesto a teoria geocêntrica, que exerceria profunda influencia no pensamento Medieval. Na matemática, Euclides, com seus Elementos, criou a base da geometria plana. Na geografia, Erastótenes elaborou um mapa da superfície terrestre e calculou, com pequena margem de erro, a circunferência da Terra. Na física, Arquimedes de Siracusa estabeleceu a lei da flutuação dos corpos e formulou os princípios da alavanca, da roldana e do parafuso, dando imensa contribuição no campo da mecânica.

A Filosofia - Em contraste com o brilhante desenvolvimento cientifico, ocorreu no período helenístico uma estagnação e mesmo um retrocesso no plano filosófico. O declínio da filosofia clássica grega explica-se em última instância pelo colapso da democracia escravista na Grécia. As duas grandes escolas filosóficas da civilização helenística foram o Epicurismo e o Estoicismo. Epicuro de Samos foi o fundador da escola de pensamento epicurista. Partidários da teoria atomística de Demócrito, para os epicuristas o mundo era composto por átomos materiais, estando nesse caso a própria alma, que desapareceria com a morte do corpo. O Estoicismo, fundado por Zenon de Cítion, foi a mais aceita e difundida das filosofias helenísticas. Conseguiu grande penetração entre os setores sociais de elite tanto dos Estados helenísticos quanto da Roma imperial. Antígono Gônatas, Sêneca e Marco Aurélio contam-se entre os discípulos mais importantes da filosofia estoica. O pensamento estoico, rígido, severo, determinista, tinha por máximas virtudes a serenidade, o dever e o autodomínio. Por fim, além do Epicurismo e do Estoicismo, duas outras correntes de pensamento atestam ainda o processo de degenerescência da Filosofia grega: a Escola Cínica de Diógenes e a Escola Cética de Pirro. Os cínicos, além do seu ceticismo, demonstravam um total desprezo pelas convenções sociais e pregavam desapego com relação aos bens materiais. Os céticos, ou pirronistas, levaram a dúvida e a negação da possibilidade de qualquer verdade ao extremo.

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